UMA HOMENAGEM
Sérgio de Souza (Editor chefe da Revista Caros Amigos)

Quando Bertolt Brecht escreveu que havia homens imprescindíveis porque lutavam a vida inteira, certamente pensou em alguém como o jornalista Sérgio de Souza. Quando Miguel de Cervantes imaginou seu cavaleiro magro, alto e inconformado com as injustiças, talvez conhecesse alguém como Souza viria a ser numa carreira que fez do jornalismo, verdadeiramente, um sacerdócio.O paulistano Serjão adentrou a profissão na Folha da Manhã, em 1958. Foi revisor, repórter e editor. Entre tantos trabalhos que desempenhou vida afora tinha orgulho de ter fundado e editado as revistas Realidade e Bondinho, que fizeram história no jornalismo brasileiro. Dirigiu ainda o jornalismo da Rede Tupi de Televisão, levou Osmar Santos para a rádio Globo e comandou a redação paulista do Fantástico.São raros os textos assinados por ele, embora alguns dos melhores já publicados país afora tenham a marca de seu lápis cuidadoso e perfeccionista, sensível e voltado para um mundo melhor.Há mais de uma década, Serjão dirigia seu último projeto, a revista "Caros Amigos", que ele próprio fundou -razão pela qual morre pobre e sem nenhum bem, exceção feita à convicção do que fez ao Brasil.Morreu ontem, aos 73, em São Paulo, de falência múltipla dos órgãos. Deixa sete filhos, dez netos e um a caminho, além da companheira Lana Novikow. Deixa, também, um lápis, preto, número 2.
TEXTO EXTRAIDO DO BLOG DO JUCA KFOURI.
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