E é de um um político de Brasília, com relação próxima a Ricardo Teixeira, a informação, que dará muita discussão, choro e ranger de dentes.
Diz a autoridade que a Fifa ainda não engoliu esse negócio de 12 sedes para o Mundial de 2014. E, em breve – ou seja, até dezembro – baterá o martelo em 10 capitais. Duas vão sambar sob o argumento da falta de iniciativa governamental para dar largada aos projetos. Ou falta de estrutura hoteleira, coisas do gênero.
Futuro
Na euforia futebolística para receber o Mundial de 2014, o que pouco ou nada se discute é sobre o futuro dos estádios no pós-Copa.
Manaus, por exemplo, com uma arena para 40 mil pessoas. O estádio lotará em três ou quatro jogos pelo Mundial. E só!
Será um investimento financeiro espetacular, endividando o Estado com empréstimos caríssimos para três jogos? Que clássico regional voltará a lotar o Estádio de Manaus? O mesmo ocorrerá em Brasília, Cuiabá, Natal, enfim.
Herança
As projeções de especialistas indicam que a manutenção dessas áreas custa, anualmente, 2% do valor investido. Ou seja uma obra de R$ 600 milhões exigirá que os governos destinem R$ 1 milhão mensalmente para que a arena seja bem protegida.
A alegria dos dirigentes de hoje, festejando a sede da Copa em seus estados, será o desespero dos governantes de amanhã. Já vimos este filme, no Pan, por exemplo.
Políticos
Cidade sem tradição no futebol, mesmo assim Brasília não fica fora do cenário e contribui com um ingrediente valioso no contexto do esporte: políticos.
Estou para ver casamento mais fiel do que cartolas e políticos. Há exceções, claro. E muitas. Mas, em tese, as excelências adoram uma aproximação com os donos da bola.
A se confirmar a notícia confidenciada do corte de duas cidades-sedes, haverá discursos e protestos. Afinal, alguém terá que “defender os interesses” de seu eleitorado, custe o que custar.
Horror
A propósito de tudo isso, cito o livro “O horror político”, de Jacques Généreux, do Instituto de Estudos Políticos de Paris. Diz ele que “o horror não é econômico, mas político”.
E escreve, com todas as letras, que se encaixam na realidade do casamento político-futebolístico:
“Se ainda existe algum interesse pelos ‘excluídos’, pelos pobres, em suma, pelos ‘inúteis’, é pelo fato de ainda serem eleitores”.
Que se construam estádios, pois.
Blog do José Cruz.
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